No caminho do desenvolvimento pessoal, o Louco, protagonista dessa jornada arquetípica, entra em contato com projeções arquetípicas que direcionam o desenvolvimento de sua personalidade individual.
Se você ainda não sabe a relação arquetípica dessa jornada e as projeções de cada arcano, aperte aqui para ler o artigo que retrata essa jornada completa.
Conforme você percebeu, essas projeções se manifestam por meio de coincidências significativas, que Carl Jung denominou sincronicidade.
Esses fenômenos, apesar de aleatórios, se conectam por meio de significados profundos, entrelaçando o mundo onírico e inconsciente com a existência consciente no tempo e espaço.
Em seu caminho, o Louco entra em contato com projeções arquetípicas, que o direcionam ao desenvolvimento de sua personalidade individual, por meio de coincidências significativas entre aspectos conscientes e inconscientes.
Coincidências estas, não por relação causal, mas sim, relacionadas por significados, que Carl Jung denominou sincronicidade e que não são fenômenos aleatórios, mas confluentes em significados do mundo onírico, inconsciente e atemporal, com a manifestação da existência consciente atrelada ao tempo e espaço.
Além disso, essa jornada simbólica, tem como propósito seu processo de individuação, que é, em síntese, a meta da psicologia analítica.
Um processo de descobertas, um caminho do ego para o ego, que ativa o Self, a totalidade psíquica. Uma vez a serviço da alma ou psique, busca o autoconhecimento, não como um fim, mas como um meio para despertar o amor e, consequentemente, da ética e da necessidade de servir cada vez mais, para poder ser quem é; entendendo que ser quem somos, é o suficiente para o mundo.
Essa é a forma que o Ser Humano experimenta e aprende com os arquétipos ao longo de sua jornada individual, um processo que o leva a libertar-se dos grilhões coletivos, das influências ancestrais ou mesmo do senso comum, tornando-o cada vez mais homogêneo e comprometido com seu propósito nesta existência.
Símbolos, uma linguagem perfeita
Os seres humanos decidem, escolhem, de forma mais inconsciente do que imaginamos, assim a neurociência revelou em seus estudos.
Dessa forma, para que a mensagem chegue efetivamente ao seu destino, deve-se atingir níveis inconscientes e isto se dá por meio de uma linguagem simbólica.
A palavra símbolo tem origem do grego, “sum” e “ball”, que significa colocar junto ou associar uma coisa com a outra. Ainda do grego clássico, “simbolon”, com o sentido de algo com senha garantida. Ou seja, o símbolo carrega uma senha para que algo seja compreendido, ou unificado. Carl Jung ensina que o símbolo representa o indizível de maneira insuperável, pois une aspectos conscientes e inconscientes, tem dupla natureza, traduzindo algo de forma racional e irracional, ao mesmo tempo.
O símbolo, a alegoria, a metáfora, servem para comunicar temas universais e arquetípicos. Simbolizar, metaforizar transforma significados em algo mais leve, mais palatável, além de explorar aspectos mais sintéticos, menos literais. O que dá vida ao arquétipo são experiências vividas pelo sujeito, por meio das quais, vai produzindo imagens arquetípicas e estas, são totalmente simbólicas. Símbolos não são criações ou invenções, mas propriedades subjetivas da condição humana, são veículos de comunicação entre a psique e o inconsciente coletivo, onde os arquétipos ganham forma e interferem na energia psíquica.
O Tarô é totalmente simbólico, ao que tudo indica foi desenvolvido de forma coletiva e complementar, simbolizando aspectos arquetípicos, por meio dos vinte e dois arcanos maiores e fenomenológicos, através das cinquenta e seis cartas dos arcanos menores.
Quando surgiu no formato que conhecemos hoje em dia, não havia manual de instruções, livros que acompanhavam ou mesmo papiros explicativos, somente as imagens grafadas em cartas soltas, com um tipo de simbologia universal que até os dias atuais são capazes de inspirar e instigar os buscadores.
Quais as personas você pretende sensibilizar.
A persona, à luz da psicologia analítica, é um arquétipo que possibilita a criação de um personagem, que pode não ser, de fato, ele mesmo, mas uma construção, um rosto ou um papel público que o indivíduo apresenta para os demais.
Segundo Jung, cada pessoa veste uma máscara que corresponde “por um lado, às suas intenções e, por outro, às exigências e opiniões do ambiente, prevalecendo ora um, ora outro. Esta máscara, ou seja, a atitude assumida por hora, eu a denomino persona. Com este nome se designava a máscara dos antigos atores.”
Os arquétipos não são efêmeros, são eternos, mas mutáveis, pois estão atrelados às experiências humanas acumuladas ao longo do tempo.
Em outras palavras, são plataformas expansíveis e não simples conteúdo para se utilizar racionalmente. Penso ser possível descobrir influências arquetípicas na comunicação ou nas diversas interações humanas, utilizando-se do arquétipo persona, para influenciar ou mobilizar a quem se deseja interceder ou convencer.
Porém, o mais importante, é descobrir quais os arquétipos são mais evidentes e mobilizadores para quem pretendo comunicar.
Por exemplo, para mobilizar os aventureiros, aqueles que buscam novos horizontes, acentuadas emoções, mobiliza-se o arquétipo da partida do herói, representado pela carta do Carro (VII).
Para se comunicar com os empreendedores, realizadores, que intentam materializar suas ideias, estude o arquétipo da liderança, do pai, que está aportado na carta do Imperador (IV).
Para entrar em contato com a mulher moderna, sedutora, participativa, explore o arquétipo da mãe, da abundância, tão bem representado no arcano da Imperatriz (III).
Se pretende apresentar-se como um especialista, compreenda o arquétipo do professor, do ensinamento, do santo, que o arcano do Papa (V) traduz.
Arquétipos são forças da natureza
Enfim, lidar com arquétipos é como alinhar-se às forças da natureza, requer conhecimento, perspicácia e estratégia.
O Tarô e sua farta tradição, propicia conhecer os arquétipos que mais influenciam nossa caminhada individual: o arcano pessoal, que revela nuances do ego, o arcano de alma revelando algo sobre a essência, o Si mesmo.
Além dos aprendizados tão necessários no processo de individuação e as virtudes inatas das quais cada um pode usufruir para realizar-se e alinhar-se ao propósito de vida; inspirações fundamentais para expandir a autoconsciência e desenvolver processos para o efetivo autoconhecimento.
Se você deseja reconhecer o que está disponível interna e externamente para inspirar individualmente a sua jornada humana, o Mapa Natal Tarológico pode revelar quais arquétipos mais influenciam sua vida e a sua caminhada.